quinta-feira, 26 de março de 2015

Voltando a Trabalhar

Olá meninas,

Hoje vou contar para vocês como foi e esta sendo minha volta ao trabalho, voltando toda a rotina de antes. Fiz uma enquete no meu instagram perguntando qual assunto gostariam de ver aqui no blog, e 2 meninas comentaram que gostariam de saber como foi o meu retorno ao serviço e o porque voltei tão cedo. Então hoje vou explicar tudo pra vocês! ;)

Bom, primeiramente quero dizer que não foi fácil, nem um pouco... chorei horrores, fiquei arrasada e muito triste. Porém antes de me julgarem, entendam que vocês não convivem no meu dia-a-dia e não sabem as necessidades e dificuldades que passo em casa e com as pessoas ao redor, então não me julguem sem antes conhecer o que acontece comigo! Se eu queria ter voltado a trabalhar?! Pergunta mais besta né, não... gostaria de ficar os 4 meses de licença com meu filho porém os problemas gritaram e tive que retornar antes do previsto - bem antes!

Eu trabalho com meu pai há mais ou menos 3 anos. Temos uma loja de telefonia fixa no centro da cidade - vendemos e consertamos telefones -, e aqui é somente eu e ele. Eu e meu pai temos uma ótima relação entre pai e filha, morei com ele a vida toda, porém a partir dos meus 10 anos meus pais se separaram e eu fiquei com meu pai, morei somente eu e ele dos meus 10 anos até meus 19 anos. Casei e me mudei, mas continuei trabalhando para ele.
Quando engravidei pensei na hora: "O que vou fazer?! Como vou me afastar da loja? Quem vou colocar no lugar? Quem irá fazer tudo isso que eu faço?!". Eram tantas, mais tantas perguntas e dúvidas, que no fim foram resolvidas com meus 9 meses já.
Meu cargo aqui na loja é geral, faço de tudo - parte administrativa, financeira, compra, venda, conserto, etc -, faço tudo tudo mesmo... desde atender balcão, emissão de notas fiscais à conserto de aparelhos. E somente eu faço tudo aqui, meu pai não sabe um terço do que sei kkk, então essa era minha dúvida - quem ficaria no meu lugar e continuaria fazendo tudo isso?! Meu pai não iria aprender, e eu não sabia quem colocar de confiança.

Primeiramente contratei a prima do Esdras - meu marido - e não durou nem 5 dias, ela não conseguiu aprender nada e meu tempo estava curto...tive que demiti-la. Como eu iria me afastar em 1 mês, precisava de alguém rápido para poder ensinar tudo logo. O Esdras tinha acabado de ser mandado embora da empresa em que ele trabalhava, e meu pai sugeriu que ele cobrisse minha licença aqui, e ele concordou! Foi tiro e queda. Eu ajudei meu marido - a ter um emprego - e ele me ajudou - por ter um funcionário para cobrir a licença.
A princípio tudo estava correndo bem, tudo como combinado, mas quando eu sai... as coisas desandaram - em partes! Meu pai e o Esdras nunca se bicaram, sempre tiveram uma rixa entre eles desde quando nos conhecemos - coisas de pai ciumento né! -, então eu já estava imaginando que as coisas iriam ficar tensas aqui, e ficou!
Nos primeiros dias tudo correu normalmente, porém meu pai não aprendeu nada que eu tinha ensinado e não estava conseguindo fazer as coisas aqui - coisas que eu dei a responsabilidade para ele fazer e assumir - com a minha ausência. Durante os dias que fiquei em casa, sempre ficava com o note ligado durante o horário comercial, para que qualquer dúvida que eles tivessem podiam me chamar... e meu pai sempre me chamava, tipo toda hora, todo dia. Por mais que eu ajudasse ele via Skype, não conseguia focar nas coisas em casa - na amamentação, nos cuidados pós-parto, nos cuidados com o recém-nascido -, minha cabeça ficava mais no serviço do que em casa.

Após um dias, o Esdras começou a reclamar de algumas coisas do meu pai - atitudes e algumas coisas que meu pai ficava falando -, e todo dia era uma reclamação diferente e comecei a perceber que ele estava cansado, desgastado! Então um dia meu pai reclamou de algumas coisas do Esdras, ai minha cabeça já começou a latejar, os problemas já estavam aparecendo e eu estava longe e não sabia o que fazer.
Conversei com meu pai e conversei com o Esdras, mas não adiantava... o Esdras continuou se bicando com meu pai - na frente dele, o Esdras engolia, ficava quieto, mas quando chegava em casa ele contava as coisas pra mim. E a cada dia isso ia me cansando e eu não queria que ficasse aquele clima pesado e chato no serviço... aliás, fazia apenas 10 dias que eu estava afastada e já estava daquele jeito o clima entre os dois. Pensei muito, muito mesmo... não iria esperar os 4 meses de licença, os dois iam acabar discutindo uma hora e eu iria ficar no meio dos dois e não iria ser legal, pois não poderia defender um ou outro.
Estava ficando difícil ficar em casa, já não estava conseguindo amamentar, meus seios doíam demais por estarem cheio de leite e estarem empedrando, eu sentia muitas dores por causa da cesárea - era dor nos pontos externo e interno, era dor nas costas e dor de cabeça -, e isso foi me cansando cada dia mais. Não aguentava ouvir reclamações dos dois, não aguentava ver os dois naquela situação de discordância e eu no meio. Minha cabeça era 24h na loja, ficava me perguntando como estava indo as coisas, se meu pai estava conseguindo se virar sem mim, como estavam as contas, se tudo estava em dia... enfim, eu cuidava do meu filho pensando no serviço. Não é porque eu sou viciada em trabalhar, ou porque eu goste - eu não gosto kkk -, mas é porque a loja é do meu pai então é minha também em partes, é um negócio de família na qual eu tomo conta por inteiro, então meus pensamentos era aqui... não conseguia me concentrar em casa.

Até que uma quinta-feira a noite estava deitada na cama e eu chorei, chorei muito! Queria voltar e não queria ao mesmo tempo. Queria ajudar meu pai, mas ao mesmo tempo queria ficar com meu filho. Queria tirar meu marido daquele clima tenso, mas queria curtir meu bebê e descansar durante a minha licença... mas não deu!
Pensei e pensei e decidi que voltaria na segunda-feira, por mais que eu não quisesse, a necessidade chamava, os deveres chamavam. Por sorte eu tenho minha sogra que cuida do Eduardo para mim, mas eu chorei muito naquela noite e não podia nem pensar no assunto, não queria "abandonar" meu filho, não queria me distanciar dele, ele tinha apenas 15 dias de vida... eu queria ficar perto dele!
Na sexta-feira o Esdras pegou dengue e teve que se ausentar do serviço. Ai minha cabeça começou a pesar mais ainda, pois meu pai reclamava que ficava corrido aqui no balcão, que ele se virava sozinho mas que era bem corrido as vezes, que de vez em quando não conseguia ir no correio por falta de tempo, etc... mas o jeito que ele falava me incomodava. Chegou sábado e eu disse para o Esdras que eu iria trabalhar no lugar dele - ele estava muito mal por causa da dengue, não tinha condições de ficar em pé! -, ele concordo. Acordei e vim... coloquei tudo em ordem em apenas 1 dia, o clima ficou leve e melhor, meu pai ficou de boa e consegui organizar tudo do meu jeito, no meu sistema. Fiquei aliviada!

A cabeça toda hora ficava em casa, ficava no bebê. Como será que ele estava? Será que ele tava mamando? Será que ele dormiu? Ele já tomou banho? Será que já fez cocô?... eram coisas do dia-a-dia que eu ficava pensando e sempre chamava minha sogra no Whatsapp e ficava perguntando, ela me mandava foto e a vontade de chorar chegava com tudo, segurava e engolia.
Voltei a trabalhar com apenas 15 dias pós-parto. Todos os dias o Esdras me trás e minha sogra me busca - pois ela busca a filha dela na escola -, mas não estou fazendo meu horário normal - que era das 08h às 18h -, eu entro as 08h e saiu as 12h ou as 15h, pelo menos até eu completar 1 mês pós-parto para uma recuperação melhor e também aproveito para passar a tarde com meu bichinho. Fico morrendo de saudade dele e não vejo a hora de ir embora. Vira e mexe eu fico vendo as fotos dele no celular, fico vendo os vídeos e áudios, é uma saudade imensa. Porém agora em Abril eu retorno com meu horário normal, verei o Du somente depois das 18h.
Não faço nenhuma esforço aqui na loja, fico sentada o dia inteiro - no computador kk - e só levanto para atender o balcão. Toda a parte de rua - correio, técnica, etc - é meu pai que esta fazendo, pois disse que por uns 3 meses não vou carregar muito peso, então ele que faz a parte pesada de andar muito kkk. Ainda bem que me adaptei com os horários e me conformei com minha situação, voltar a trabalhar cedo e deixar um bebê em casa.

Lembrando que não voltei porque eu quis, voltei por uma questão familiar e profissional, infelizmente tiveram problemas que somente com o meu retorno se resolveriam, então peço por favor não me julguem por estar trabalhando e ter "abandonado" um bebê de apenas 1 mês. Minha vida não é fácil como de qualquer outra pessoa, são responsabilidades que enfrentamos todos os dias e temos que cumprir com elas, eu tenho duas, casa e serviço e tenho que separar tudo, e ainda bem que consegui.
O Eduardo fica super bem com minha sogra e meu sogro. Eles cuidam extremamente bem dele, dão remédio na hora certa, dão banho, dão o mama dele a cada 2h, faz ele dormir, dão colo o dia todo... enfim, eles mimam muito o Du e vejo que ele tem esse carinho e amor enorme, mas quando chego aproveito cada minuto com ele, aproveito e tiro uma soneca da tarde com ele - pra a noite se precisar ficar acordada né kk -, fico conversando e brincando com ele, aproveito todo o momento que tenho junto a ele.

Não é fácil no princípio, nem um pouco. Mas você tem que respirar fundo e se conformar que um dia precisará entrar na rotina novamente - ou fazer uma nova -, que um dia você irá precisar trabalhar novamente, e tem que conciliar ambas as coisas, não levar problemas de casa para o serviço e muito menos problemas do serviço para casa. Aproveite o tempo que você tem com seu bebê, aproveite sua licença, pois quando acabar você volta ou não, mas se voltar terá que se acostumar a ficar sem ele durante o dia, terá que acostumar com a rotina de antes... aproveite cada segundo com ele/ela, pois esse tempo é precioso demais.
Infelizmente não consegui desfrutar muito desse tempo, apenas 15 dias, mas cada dia que passo com meu filho eu faço valer a pena, faço valer cada segundo e minuto perto dele, não é porque ele tem uma mãe e um pai que trabalham durante todo o dia que seremos ausentes, pelo contrário, o tempo que estamos com ele fazemos valer, damos carinho e amor e mostramos que somos PAIS, mesmo distantes por horas continuamos ali com ele todo o tempo e que esse amor não diminui nem um pouco, pelo contrário, só aumenta!

Enfim é isso meninas, espero que tenham entendido o motivo de eu ter voltado e que isso ajude vocês futuramente quando tiverem que voltar a trabalhar. Não é fácil, mas tudo damos um jeito e nos adaptamos rapidinho, basta acreditar e respirar fundo... temos que dar o nosso melhor para darmos um futuro melhor para nossos filhos, tudo isso que fazemos hoje é para eles, não mais para nós, mas sim a eles! Então trabalhe, rale, sue para o futuro do seu bebê, rale para uma vida melhor para ele. Pense assim! Pelo menos eu estou trabalhando e não deixando ele com qualquer um, estou trabalhando para o futuro dele, e não estou saindo para uma noite de curtição na balada, eu trabalho para ele e não para mim! Não largue seu filho por uma balada, por uma noitada, não vale a pena! #ficadica.
É isso por hoje! Amanhã vou ficar ausente daqui ok kkk, amanhã completo meu 1° ano de casada e o 1° mêsversário do Eduardo, então será um dia de comemorações - mesmo o papai longe! :/
Então até segunda com o Diário de Crescimento MENSAL!

Até segunda,
Beeijos ;* s2'

Um comentário:

  1. Imagino o quão difícil foi tomar essa decisão. Mas não se importe com o que os outros possam achar. A vida é sua e você sabe o que é necessário. Ainda bem que você tem suporte familiar pro Du.

    Um beijo
    http://projetonossobebe.blogspot.com.br/

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